sexta-feira, 1 de setembro de 2023

Crônica Lírica de Sophia Carvalho

 Crônica: Mensagem  

Como um poema de Fernando Pessoa já tinha falado “ o valor das coisas não está no tempo que duram e sim na intensidade com o que acontecem, por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis, e pessoas incomparáveis.” Mas a Intensidade se torna um afago cruel quando se vira uma lembrança, mas isso não ao vem ao caso. Em agosto, tive uma grande vontade de te enviar uma mensagem, não conto os elétrons do meu corpo se juntando, não conto a emoção, e te enviei uma mensagem, um direct. Pensei em muitas probabilidades ruins, tenho esse problema isso afeta o jeito q vejo a realidade. Assim que te mandei a mensagem fiquei com anseio, talvez não fosse lembrar de mim, brincamos algumas vezes quando éramos crianças, não sei porque mas aquilo pra mim foi inesquecível, pra você esquecível. Sua mãe era manicure, fazia a unha da minha tia, fui algumas vezes na sua casa, hoje ela frequenta um bar perto da minha casa, coincidência, não?, o comportamento dela comigo mudou depois da mensagem, mas isso não me encheu de esperança, dessa vez não. Esses dias minha mãe foi até a sua casa marcar um horário com sua mãe, você estava sentado do outro lado da sala, não via teu rosto, mas escutava tua voz, parei de ouvi-la quando minha mãe e a sua começaram a dialogar, você a reconheceu, ela me contou que viu pelo reflexo que quando você olhou saiu correndo do sofá, aquilo me fez refletir ‘ estava fugindo de mim?” não fiz nada de mais e aquilo já te irritou? Já tinham me dito “ o amor faz perder e encontrar” ainda não tinha encontrado. No dia que minha mãe até sua casa de novo, enquanto ela fazia a unha perguntei a sua mãe onde era o banheiro, “ por ali querida lá dentro” ela disse, fui andando pelo corredor de cabeça baixa, tentando não te encontrar para não te irritar ainda mais, mas em meio minhas preocupações, uma coisa inexplicável acontece , bato de frente contigo, teus olhos que mesmo baixo pela timidez reluziam em mim, a luz do sol no amanhecer, minha serotonina aumenta, se passam tempos mas ainda permaneço sentindo a mesma sensação, naquele momento sem olhar no meu rosto, você me questionou o que mais me questionei, “está fugindo de mim? Desculpa não ter respondido a mensagem, não sabia o que dizer”.  

quarta-feira, 30 de agosto de 2023

Crônica Lírica - Daniel Dantas

O encontro 

Me chamo Luís e morno em São Luís do Maranhão, ontem tive um encontro com uma bela dama, porém não deu certo, mas ainda não esqueci de como seus olhos brilhavam, como seu sorriso era lindo, como sua voz era encantadora e como ela me deixava sem palavras, hoje por acaso vi ela novamente, ela veio se desculpar comigo por ter ido embora do nada, mas disse q gostou de mim, o que me Deus esperanças de novo.

Chamei ela para sair novamente e ela aceitou, fomos ao cinema e depois jantar no restaurante mais caro da cidade, rolou o que vocês estão ligado, no dia seguinte ela se declarou para mim, disse que estava apaixonada, inclusive ela é uma amiga de infância minha, continuando ela me elogiou tanto que fiquei até sem palavras, óbvio que aceitei e foi aí que começou nossa vida de casal perfeito.

Mas apareceu uma infeliz que disse para a Maria, minha esposa que eu abusei da Clara, a infeliz, ela fez falsas provas para me incriminar e infelizmente ela acreditou, terminou comigo me chamando de terrível, abominável, filho da... vocês cjá sabem o resto né, tentei me explicar, mas não deu certo, ela me largou.

Depois de alguns meses entrei em depressão profunda, pois ela era a minha vida, comecei a me envolver com coisas ilícitas, drogas, bebidas, etc, mas já tinha desistido de tudo, então entrei na dark web e comprei uma pílula para me matar, vocês já sabem o resto.
     

Crônica Lírica - Bernardo Neto

 A MENTIRA

Sob o manto prateado da lua, minha história se desenrolou como um poema trágico. Anna, a musa dos meus versos, era o epicentro do meu universo. Seu olhar, profundo como o abismo da noite estrelada, era o farol que guiava minha alma perdida.

A traição, essa sombra traiçoeira, teceu sua teia em nosso idílio. O vento sussurrou segredos que eu não queria ouvir, mas a verdade me foi revelada na penumbra de um jardim silencioso. Ali, vi Anna, cujo nome significava graça, dançando nos braços de outro cavalheiro, com uma melodia que não era a nossa. 

As lágrimas, como pérolas de orvalho, encheram meus olhos, obscurecendo a visão daquela cena desoladora. Meu coração, outrora um poema de amor, agora era uma elegia melancólica. Poesia e dor entrelaçaram-se em meu peito, formando versos amargos e versículos partidos. 

Anna, a quem eu dedicara sonetos e odores, agora era um enigma que eu não podia resolver. Seu nome, que ecoara em meus sonhos, agora era como uma canção sem ritmo, perdida no eco do vazio.

A lua, testemunha silenciosa do meu sofrimento, continuava a brilhar, indiferente ao drama humano que se desenrolava sob seu olhar impassível. Ela, que inspirou poetas e amantes,

agora me lembrava de que a vida é um ciclo de luz e escuridão, de alegria e tristeza. No final, minha crônica lírica não é apenas sobre traição, mas sobre a efemeridade do amor e a inevitabilidade da mudança. Como uma estrela cadente no céu noturno, Anna cruzou o meu caminho, deixando um rastro de luz e, em seguida, desapareceu no abismo das memórias. Seu nome, uma vez música para meus ouvidos, agora ecoa como um lamento nas paredes silenciosas do meu coração.

E assim, o poema da nossa história se fecha, com versos entrelaçados de amor e desilusão, sob o olhar impassível da lua, nossa confidente silenciosa, enquanto eu trilho o caminho incerto da noite, em busca de novos versos para minha alma ferida.

Crônica Lírica - Sophia Tupinambá

 Lembranças


Ontem fez dois anos que minha vó se foi, dois anos que meu avô chora pelos cantos e faz dois anos que só tenho lembranças dela. Sua avó era a mulher mais bonita e incrível que já conheci, disse meu vô limpando o túmulo dela, enquanto eu estava a cuidar das flores que os familiares deixaram lá, meu velho sempre fala que está bem com tudo isso, mas dá para ver em seus olhos que ele não está bem e especialmente hoje se vê que ele está muito mal, pois amanhã seria um dia muito especial pra ele.

Seria o aniversário de minha vó e o aniversário de casamento deles, por esse motivo estamos aqui, ele queria vim aqui pra comemorar. Depois de arrumar tudo chegamos em casa, minha filha vou preparar um jantar especial, para podermos sempre lembra se sua avó; quando ele falou isso dei um leve sorriso ao lembrar de quando vovó preparava a comida favorita de seu marido.

Agora só fica as lembranças das comidas dela,  às vezes que peguei ela reclamando sozinha ou quando brigava comigo e meu vovô por bagunçar a casa com as brincadeiras que fazíamos, lembro do dia em que ela quase bateu no vô por que ele caiu da escada quando estava trocando o telhado e a mesma falou que não era preciso. meu velho aprontava muito com minha velha, mas ele era um homem incrível sempre me ajudou, me apoiava em tudo, mas agora faz 6 meses que ele foi se reencontrar com sua esposa e 6 meses que estou só, lembrando do tempo em que era feliz com eles aqui

Crônica Lírica, Markus Winicius

 Entre Mares e Memórias

Sob o tênue céu do pesque e pague familiar, ecoou a voz da memória. O senhor, acolhido pelo

banco gasto, compartilhou suas antigas memórias, e eu me tornei a testemunha do passado

através de seu olhar enrugado.

“Os tempos dourados habitam minha mente”, ele falou, as palavras fluindo como uma suave

correnteza. Ele estava imerso em sua própria nostalgia, e eu, inquieto, ansiava pelas histórias

que seu coração trazia consigo.

Curioso, indaguei: “Qual a face desses dias memoráveis?”. O velho sorriu melancolicamente,

como se um céu estrelado dançasse em suas lembranças. “Eu e meu camarada, navegávamos

incansáveis, caçando peixes para o mercado da cidade”, ele começou, sua voz tingida de

saudade.

“Incrível!” suspirou. “Uma vida transbordante de aventura e prosperidade.” No entanto, sua

expressão, antes serena, tornou-se sombria, como uma nuvem que oculta o sol.

“Ah, sim”, ele respondeu, sua voz embargada. “A vida era doce, até a crueldade de uma doença

ceifar minha amada esposa. Tempos sombrios aqueles, quando a cura era um sonho distante.”

Seu olhar se perdeu no horizonte, como se tentasse vislumbrar uma realidade passada.

“Até que, em um dia fatídico, o oceano rugiu com fúria”, continuou ele, sua voz oscilando como

ondas em tormenta. “Nosso barco, lançado além das fronteiras seguras, desafiou a

tempestade. Em busca de sobrevivência, seguimos Ao madeiramento despedaçado.”

Ele prosseguiu, a dor entrelaçada em suas palavras: “Em meio ao rugido dos elementos, a

morte nos sussurrou com suas gélidas mãos. Meu camarada, meu fiel aliado, foi levado pelas

profundezas inalcançáveis. E ali, nas ruínas à deriva, encontrei-me solitário.”

Em silêncio, o senhor permaneceu, suas lembranças emaranhando-se como algas à deriva.

Acompanhei-o até o desfecho de sua jornada, ao testemunhar sua partida do refúgio das

histórias contadas.

“Grato estou, jovem amigo”, ele disse, um brilho de gratidão em seus olhos calejados. “Por

ouvir as memórias que se escondem dentro de mim. Tu és um farol, dissipando minha solidão.”

terça-feira, 29 de agosto de 2023

Paródia - Canção do amor perfeito - Cecília Meireles - Thayná

 O tempo seca a beleza.

Seca o amor, seca as palavras.
Deixa tudo solto, leve,
Desunido para sempre
Como as areias nas águas.

O tempo seca a saudade,
Seca as lembranças e as lágrimas.
Deixa algum retrato, apenas,
Vagando seco e vazio
Como estas conchas das praias.

O tempo seca o desejo
E suas velhas batalhas.
Seca o frágil arabesco,
Vestígio do musgo humano,
Na densa turfa mortuária.

Esperarei pelo tempo
Com suas conquistas áridas.
Esperarei que te seque,
Não na terra, Amor-Perfeito,
Num tempo depois das almas.

Paródia do Poema

Eu vi o sol
Beije a queda.
Eu vejo na mão de despedida
Anel de ouro.
Não me refiro àquele dia.
Não posso dizer mestre.
Vejo banner aberto
no vasto mar
e ouvi as sirenes dispararem.
longe, a bordo,
faça meus olhos felizes,
Traz meu sorriso amargo.
Nos braços da lua,
Eu não sofro mais.
Ah, o que você quiser,
amor Perfeito,
eu quero que você fique
Mas se você se for, não vou te esquecer.

Paródia - Canção do Exílio, Gonçalves Dias - Walter Anselmo

 Minha terra tem torres gigantes,

Onde o Wi-Fi canta em ondas vibrantes,

As praias que anunciam notificações,

E os arranha-céus fazem conexões.


Meu escritório é cheio de luzes brilhantes,

No trânsito, ouço músicas relaxantes,

Ah, quem me dera estar online lá,

Onde a conexão é sempre 4G.


Não permita, Jobs querido,

Que eu me sinta desconectado,

Pois o sinal do celular é fraco aqui,

E a bateria está acabando também.


2

Minha terra tem gigas de internet,

Onde a fibra óptica é uma benção bendita,

Os vídeos em HD fluem como um rio,

E o streaming não tem fim, é um desafio.


Ah, quem me dera estar navegando ali,

Nas ondas de bytes que não vão partir,

Mas enquanto o sinal não vem para mim,

Vou esperar com memes, até o fim.

Paródia - A felicidade, Tom Jobim - Thaynara Picanço

Melancolia   

 

Melancolia não tem fim 

Alegria sim... 

 

A alegria é como folhas secas 

Que o vento vai levando 

Voa leve 

E tem vida breve 

Precisa que haja vento sem parar. 

 

A alegria do adolescente parece 

A grande ilusão do carnaval 

Se trabalha o ano inteiro  

Por um breve momento de diversão 

Pois tudo se acaba em quatro dias de curtição. 

 

Melancolia não tem fim 

Alegria sim... 

 

A alegria adolescente é sorrir espontaneamente 

Já a melancolia parece assolar 

Surgem lágrimas como correntezas 

A ponto de se transformar num mar. 

 

Alegria é uma coisa louca 

Mas tão delicada também 

Porque será que ela se dissipa assim? 

E a melancolia imprecisa 

Teima em habitar dentro de mim? 

 

Melancolia não tem fim 

Alegria sim... 

 




Tristeza não tem fimFelicidade simA felicidade é como a gotaDe orvalho numa pétala de florBrilha tranquilaDepois de leve oscilaE cai como uma lágrima de amor
A felicidade do pobre pareceA grande ilusão do carnavalA gente trabalha o ano inteiroPor um momento de sonhoPra fazer a fantasiaDe rei ou de pirata ou jardineiraE tudo se acabar na quarta-feira
Tristeza não tem fimFelicidade simA felicidade é como a plumaQue o vento vai levando pelo arVoa tão leveMas tem a vida brevePrecisa que haja vento sem pararPrecisa que haja vento sem pararPrecisa que haja vento sem pararTristeza não tem fim

Paródio - Os ombros suportam o mundo , Drummond - Rafaela Nascimento

Os ombros suportam o mundo de Carlos Drummond de Andrade  

Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus. 
Tempo de absoluta depuração. 
Tempo em que não se diz mais: meu amor. 
Porque o amor resultou inútil. 
E os olhos não choram. 
E as mãos tecem apenas o rude trabalho. E o coração está seco. 
Em vão mulheres batem à porta, não abrirás. 
Ficaste sozinho, a luz apagou-se, 
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes. 
És todo certeza, já não sabes sofrer. 
E nada esperas de teus amigos. 
Pouco importa venha a velhice, que é a velhice? 
Teus ombros suportam o mundo 
e ele não pesa mais que a mão de uma criança. 
As guerras, as fomes, as discussões dentro dosedifícios 
provam apenas que a vida prossegue 
e nem todos se libertaram ainda. 
Alguns, achando bárbaro o espetáculo 
prefeririam (os delicados) morrer. 
Chegou um tempo em que não adianta morrer. 
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem. 
A vida apenas, sem mistificação 


Absoluta Infidelidade de Rafaella Nascimento Batista 

Chega um tempo em que não se diz mais : eu te amo.  Tempo de absoluta infidelidade Tempo em que não existe mais amo.  

Porque o amor resultou em vários corações partidos. E os olhos não choram como antes faziam. E o coração está seco.  

Em vão mulheres buscam o amor mais sem resposta pra dá.  

Fiscaste sozinho, a luz que antes brilhava se apogou-se mas nas sombras teus olhos resplendecem enormes. És todo certeza, já não sabes sofrer.  

A busca por amor, os corações quebrados e as discussões sem fim, provam apenas que não e a hora de amar.