terça-feira, 29 de agosto de 2023

Crônica Lírica de João Miguel

 Dias de um cidadão


No calor da tarde ensolarada, as ruas da cidade ganham um ritmo tranquilo e contemplativo. O murmúrio suave das folhas nas árvores parece se fundir com os sussurros distantes dos passantes, criando uma sinfonia única. Sob o céu azul profundo, as fachadas dos prédios históricos contam histórias silenciosas de gerações passadas, enquanto os raios de sol acariciam gentilmente suas superfícies desgastadas pelo tempo.


Nesse cenário, encontro-me perdido em pensamentos, caminhando sem pressa. Os rostos desconhecidos ao meu redor parecem dançar com uma aura de tranquilidade, como personagens de um poema que ganham vida em cada esquina. As cores vivas das flores em vasos cuidadosamente dispostos nas janelas contrastam com o cinza das calçadas, criando uma paleta visual que faz o coração suspirar de admiração.


Enquanto as horas avançam, a tarde se transforma em crepúsculo, e um suave manto alaranjado cobre o horizonte. As luzes da cidade começam a se acender, uma a uma, como estrelas que surgem timidamente no céu noturno. É nesse momento mágico que a cidade revela sua alma mais íntima, uma fusão de nostalgia e esperança que paira no ar, como uma canção lírica que ecoa nos corações sensíveis.


E assim, sob a abóbada celeste pontilhada de luzes urbanas, sinto-me envolvido pela harmonia da vida citadina. Cada esquina, cada sombra, cada riso distante contribui para a crônica lírica que se desenrola diante dos meus olhos. E nesse instante efêmero, encontro a beleza no cotidiano e a poesia na simplicidade, perdendo-me no encanto dessa cidade que pulsa com vida e emoção.

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