terça-feira, 29 de agosto de 2023

Crônica Lírica - Luiz Gustavo Aires

  Fragmentos de Nostalgia


No crepúsculo suave da memória, encontro-me perdido entre os suspiros do passado, como um viajante solitário que percorre trilhas esquecidas pela vida. Meu nome é Gustavo, e sou um colecionador de momentos, um arqueólogo das lembranças que habitam os recantos da minha mente.

Nostalgia, essa melodia suave e agridoce, é minha companheira constante. Ela sussurra em meus ouvidos, trazendo à tona as imagens desbotadas de um tempo que se foi. Lembro-me das tardes douradas de infância, quando as brincadeiras eram sonhos entrelaçados com a simplicidade de cada dia. A risada ecoa como um eco distante, uma sinfonia que só eu posso ouvir.

Cada rua, cada esquina, é um portal para um mundo que já não existe. Sigo os caminhos que antes eram trilhados com passos leves e coração repleto de curiosidade. As árvores que cresceram junto comigo agora parecem guardiãs silenciosas das histórias que partilhamos.


Mas o tempo não espera por ninguém, e as estações da vida seguem seu curso implacável. Os lugares mudam, as pessoas seguem seus caminhos, e os sonhos se transformam em novas aspirações. A melodia da nostalgia persiste, mas agora traz um tom de gratidão misturado com um toque de saudade.

Hoje, enquanto escrevo estas palavras, percebo que a nostalgia não é um fardo, mas sim um presente. Ela me lembra de onde vim, das alegrias que vivi, das lágrimas que derramei. Essas lembranças moldaram quem sou agora, e embora não possa reviver o passado, posso honrá-lo através da minha jornada presente.

Assim, sigo em frente, com o coração entrelaçado às lembranças que me fazem sorrir e me fazem sentir. Sou Gustavo, um guardião das histórias que a vida me presenteou, um viajante entre o que foi e o que está por vir. E enquanto a nostalgia continua a dançar comigo, sei que cada momento é um presente que logo será envolvido pelas asas da saudade.

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