Álvares de Azevedo
ADEUS, MEUS SONHOS!
Adeus, meus sonhos, eu pranteio e morro!
Não levo da existência uma saudade!
E tanta vida que meu peito enchia
Morreu na minha triste mocidade!
Misérrimo! votei meus pobres dias
À sina doida de um amor sem fruto...
E minh’alma na treva agora dorme
Como um olhar que a morte envolve em luto.
Que me resta, meu Deus?!... morra comigo
A estrela de meus cândidos amores,
Já que não levo no meu peito morto
Um punhado sequer de murchas flores!
Paródia do Poema
Adeus, meu sonho, morro de luto!
Não tenho a existência da saudade!
Tanta vida enche meu peito
Ele morreu na minha triste juventude!
Trágico! votei nos meus dias pobres
O destino louco de um amor infrutífero,
minha alma dorme no escuro
Como a morte com um olhar de luto.
Meu Deus, o que me resta? morra comigo
A estrela do meu amor sincero,
Já não vejo a morte no meu peito
Nem mesmo um punhado de flores mortas!
Nenhum comentário:
Postar um comentário