terça-feira, 29 de agosto de 2023

Paródia: Adeus, meus sonhos, de Álvares de Azevedo - Armando Vieira

 Álvares de Azevedo

ADEUS, MEUS SONHOS!

Adeus, meus sonhos, eu pranteio e morro!
Não levo da existência uma saudade!
E tanta vida que meu peito enchia
Morreu na minha triste mocidade!

Misérrimo! votei meus pobres dias
À sina doida de um amor sem fruto...
E minh’alma na treva agora dorme
Como um olhar que a morte envolve em luto.

Que me resta, meu Deus?!... morra comigo
A estrela de meus cândidos amores,
Já que não levo no meu peito morto
Um punhado sequer de murchas flores!


Paródia do Poema


Adeus, meu sonho, morro de luto!

Não tenho a existência da saudade!

Tanta vida enche meu peito

Ele morreu na minha triste juventude!


Trágico! votei nos meus dias pobres

O destino louco de um amor infrutífero,

minha alma dorme no escuro

Como a morte com um olhar de luto.


Meu Deus, o que me resta? morra comigo

A estrela do meu amor sincero,

Já não vejo a morte no meu peito

Nem mesmo um punhado de flores mortas!

Nenhum comentário: